Por Que Deixei de Fazer Parte do Sistema
Religioso?
O propósito deste
blog é deixar clara a razão pela qual deixei de pertencer o Sistema Religioso no formato das religiões cristãs. Tudo começou quando procurei examinar a
veracidade, com mais profundidade, da Bíblia... Pode parecer, para muitos, que
eu me apostatei da fé, conheço bem esse jargão do Sistema associado a quem
pensa diferente do que é ensinado na teologia. Mas eu não ligo. Sei que 99% dos
cristãos nunca procuraram examinar, de uma forma mais acurada, o que lhes são
ensinados, de um para outro, durante milênios. Qualquer um que, desprovido de
preconceitos, fizer isso, vai chegar aonde eu cheguei. Nem precisa ir além do
material que desponho neste blog. O problema é que fomos ensinados, desde
nossos ancestrais, passando de um para outro, os mesmos ensinamentos de dogmas
e crenças, forjados por mentes interessadas em sustentar seus princípios para a
formação de um sistema, que causa terror nas pessoas, apresentando um Deus que
pune com o inferno os que não seguirem seus ensinamentos. Quem não seguir de
acordo com o que é ensinado, estará sujeito ao fogo eterno do
inferno. Quem não procura saber se isso é verdadeiro, aceita por
medo e pavor, essa crença.
Vou começar
falando das razões pelas quais aconteceram as profundas mudanças na minha vida.
Mas
antes quero mencionar alguma coisa sobre a minha história. Na minha
pre-adolescência: fui seminarista católico.... desde muito cedo me sentia
um buscador das coisas de Deus... Aos 20 anos, me converti ao cristianismo
e fui para um seminário Evangélico... depois, fiz faculdade de teologia, e por
último, mais recentemente, psicologia...
Aos
25 anos, foi ordenado pastor...Pastoreei por 35 anos... Estudava a
Bíblia com muito empenho e sede. Li toda a Bíblia mais de 10 vezes e
Cheguei ler o NT uma vez por mês e mais de 100 vezes...
Mas
durante todo aquele tempo de estudo e ensinamento da Bíblia, e observando a vida
dos fiéis, inclusive a minha, nunca percebi uma coerência de vida em harmonia
plena com a Bíblia. A mensagem bíblica Sempre pareceu uma utopia.
Nunca
encontrei uma pessoa que vivesse, de fato, o que a Bíblia diz. Me refiro a
profundas mudanças internas e duradoras a ponto de viver uma vida abundante
conforme Jo 10.10...
Levei
muito a sério os meus 40 anos de igreja. Fiz tudo que era necessário com muito
zelo... Mas nunca conseguia alcançar aquele nível de vida abundante no sentido
prático e em profundidade conforme a Bíblia.
Quando
não se vive o que busca, se acredita e ensina, tudo fica muito
cansativo, sem sentido e confuso....
Durante
todo aquele tempo, praticamente não lia nada do que fosse fora da teologia,
somente quando fiz os cursos seculares, li outras matérias como psicologia,
filosofia. etc.
Diante
de todo esse quadro, que resumi em poucas palavras, comecei a pesquisar,
também, fora da esfera teológica, pois até então eu acreditava que a Bíblia era
a detentora da verdade absoluta, e por consequência era a única Escritura
relevante e confiável quando se tratava de se relacionar com Deus.
Ainda
no seminário surgiu uma questão polêmica sobre a Bíblia e a verdade. Surgiu a
pergunta: A Bíblia é ou contem a verdade? As opiniões se
diversificaram entre os alunos. Então fomos a um professor, que por sua
vez, deu uma resposta dogmática dizendo: Definitivamente a Bíblia é a Palavra
de Deus, e por consequência, a verdade absoluta. E que a Bíblia é
inerrante e sem contradição. Claro, se ela fosse a Palavra de Deus, no sentido
absoluto, não poderia ter nenhum erro ou contradição. Bastaria um erro ou
contradição para que o dogmatismo como Palavra de Deus se dissolvesse. É como diz o dito popular: "se houver um corvo branco, o bando não pode ser considerado preto"
No
entanto, depois de mais de 35 anos, nas minhas pesquisas, descobri que não era
bem assim.
Porem
a minha mente, antes da pesquisa fora da teologia dogmática, estava
condicionada, desde a minha infância com àqueles ensinos dogmáticos e sistemáticos.
(É muito difícil acreditar de outra forma quando se tem a mente condicionada à
crenças passadas de geração a geração, há milênios, não importando o teor
dessas crenças). A crença é o fruto do ouvir dizer e da lógica.
Porque você ouviu alguma coisa e está convencido de que o que ouviu ou leu é
verdade, desenvolve uma profunda crença no que ouviu. Você crê que é
verdade. Você crê de uma maneira
total e completa que desafia qualquer contradição. Mesmo que
essa crença não seja verdadeira, ela gera em você uma convicção sólida como uma
rocha. Desde que você tenha tido disposição para crer.
Como consequência das minhas pesquisas,
descobri que há milhares de contradições na Bíblia. Isso me deixou muito
assustado e petrificado, mas tive que admitir porque eram e são fatos....
Então
volta a questão: ela não é a verdade absoluta; ela não é a palavra de Deus como
se ensina há milhares de anos, Ela contém verdades, apenas contem. (Não
estou dizendo isso por rejeitar a Bíblia, não. Nem tampouco para afrontar
aqueles que creem na veracidade dela dessa forma. Creio que ela contém verdades tremendas,
mas ela não é e nunca foi a verdade absoluta. Mas Pelo fato dela conter essas
verdades, continuo as minhas leituras dela).
Vou demonstrar isso, não para convencer ninguém.
Não tenho necessidade, pretensão e nem o direito de querer convencer alguém.
(respeito todas as crenças), o que eu entendo, hoje, será colocado, mas
ninguém, é claro, é obrigado a aceitar. Busque por você mesmo e descobrirá.
Fomos
ensinados, pelo sistema evangélico, que Deus usou homens santos para comporem e
preservarem o cânon do novo, bem como do AT.
Aqui
quero deixar algumas questões para a nossa reflexão:
1
- Quais foram aqueles homens de Deus, usados por ele para compor e preservar o
NT?
2
- Quando o cânon do NT foi composto? E qual o critério usado para selecionar 27
manuscritos dentre outros 5.745 +/-?
3
- Quanto tempo se passou entre a morte de Jesus e os primeiros escritos?
4
- Será que depois de +/- 40 anos os discípulos ainda lembravam de tudo
perfeitamente? A maioria deles não sabia nem escrever, e para a prender a ler e
escrever naquele tempo, levava décadas! Não é como hoje.
Outras
questões que sempre me intrigaram no AT são:
1 – Por que nos 10 mandamentos, Deus teria dito: Não matarás, e depois ele mesmo mandou eliminar muita gente, até cidade inteira? Inclusive toda a população mundial, com exceção de Noé e sua família!? (esse último caso, antes dos 10 mandamentos).
2
– Sé Deus é amor, por que, então, ele, dependendo da circunstancia,
mandava matar tanta gente, inclusive inocentes? Como no AT está cheio de menções desses fatos.
3
– O amor jamais elimina alguém, não importa o que a pessoa faça.
Nas
minhas pesquisas, cheguei à conclusão de que o Deus-Jeová apresentado no AT, não tem nada a
ver com o Deus amoroso, a fonte divina de toda a criação. (sei que isso nos
deixa chocados, mas é a realidade).
Aquele
Jeová cheio de ira e vingança do AT é uma invenção do homem e da religião, não
tem nada a ver com o Deus que conheço hoje, é um mito.
Um
Deus que ordena a morte de animais inocentes em sacrifícios, criação de suas
próprias mãos, para aplacar a sua ira contra o pecador, não pode ser um Deus de
amor, nem Deus de verdade.
Não
somente ordenou eliminar animais, mas as crianças inocentes e e velhos
indefesos. O Deus que sirvo hoje é o próprio amor e fonte de todo bem.
Se
perguntarmos ao sistema religioso, por que essa discrepância, como já fiz
muitas vezes no passado? Responderá da seguinte forma:
É
porque Deus trata com o homem de acordo com cada dispensação. Mas isso
não é verdade. Deus nunca muda nem a si mesmo e nem suas leis estabelecidas que
governam o universo e sua criação. Não muda!
Em
relação aquelas perguntas anteriores não
vou entrar em muitos detalhes, mesmo porque postei neste blog muito
material para ser examinado. Vou falar dos pontos principais e os detalhes,
você pode confirmar aqui no blog.
1. Quais
foram aqueles homens de Deus, usados por ele para comporem e preservarem o
NT?. R. Bom, os homens que escolheram os 27 livros do NT foram
integrantes da cúpula ligados ao sistema da igreja Católica de Roma. Homens que
o sistema evangélico está longe de considerá-los santos... Nisso já vemos um
enorme contradição e incoerência.
2. Quando
o cânon do NT foi composto? E quais os critérios usados para selecionar 27
manuscritos dentre outros 5.745 +/-? R. O cânon foi
concluído +/- no século V, houve muitos critérios e dois deles foram a
preservação da igreja católica e o fortalecimento do Império Romano... Dos
5.745 manuscritos somente 27 foram escolhidos. Só evangelhos, há informação, de
que havia mais de 300.
3. Quanto
tempo se passou entre a morte de Jesus e os primeiros escritos? R. Em
se tratando dos evangelhos, 40 anos, mas as epístolas começaram com menos de 20
anos. Muitos livros foram aceitos bem depois, o Apocalipse, por exemplo, foi
aceito no cânon, no 5º século +/-. Vários livros não foram escritos pelos nomes
indicados como autores...
4.
Será que depois de +/- 40 anos os discípulos ainda lembravam de tudo
perfeitamente? R. A maioria deles não sabia nem escrever! Não,
como os evangelistas teriam condições de lembrar satisfatoriamente de tudo para
escrever, depois de 40 anos.
5. Quanto as contradições tem algumas centenas aqui no blog. Para o bom senso bastaria uma contradição comprovada, para se saber definitivamente que a Bíblia não é a palavra de Deus, como o sistema do cristianismo afirma há mais de dois mil anos. E ela está cheia de contradições, de Gênesis a Apocalipse.
Uma
vez que descobri isso, então comecei a buscar de uma forma mais aberta e ampla.
Descobri, portanto, que a verdade absoluta não está contida em livros. Podemos
ler os livros para a expansão da nossa consciência, mas a verdade da qual
precisamos para nos libertar, não está em livro nenhum, nem mesmo na Bíblia.
Quando fomos criados, pelo nosso criador, foi colocado no nosso interior a consciência Divina individualizada, e ela está dentro de cada ser humano. E através do amor ao próximo, que está em nossos corações, e de meditação e oração, podemos acessar essa verdade, que verdadeiramente liberta. Essa é a verdade ou luz colocada no mais profundo do nosso ser. Essa parte mais profunda do nosso ser pode ser chamada, também, de alma, Consciência Divina individualizada, ou reino de Deus.
Não
devemos aceitar, sem checar, nada que se diz ser verdade, se for oriundo
de experiência humana, livros, vídeos etc., a não ser que seja
confirmada pela Fonte Divina do nosso ser. Como já disse, o Criador, a Fonte do
nosso ser individualizou em nós a sua Consciência Divina e se ela estiver
expandida, nada que não seja plena verdade será aceito por ela. Essa
individualização da Consciência Divina em nós pode ser chamada, ainda, do que você
quiser: Alma, Espirito, Eu Superior, Fonte Divina, Consciência Universal,
Consciência Divina, Centelha divina, Luz Divina, Essência Divina do nosso
ser ou Deus.
A
verdade subjetiva, (pessoal), para ser validada, precisa estar em harmonia com
a Verdade objetiva (Universal).
Dessa
forma fica mais simplificada a noção da interação de Deus conosco e vice versa.
Muitos usam outros tipos de abordagens, mas acho que dessa forma fica mais
fácil de entender.
A
verdade não é estática, mas muito dinâmica e versátil. Tudo na criação de
Deus evolui e se renova. Como, numa lógica de bom senso poderíamos crer que
desde o último livro da Bíblia nada mais foi revelado ao homem!? Há uma verdade
universal que se renova dia a dia, de acordo com a compreensão de cada um de
nós.
Muitas
das inspirações alegadas pelos pregadores do Evangelho, nas leituras
e preparação de seus sermões, não passam de conjecturas e imaginação
férteis e não tem nada a ver com revelação do texto estático. Essa
revelação até pode acontecer, mas para isso precisamos ter consciência desse
mover do eterno no nosso interior, pensar nele no nosso interior e não há
milhões de anos luz sentado em um trono em algum lugar do Universo.
Bom,
levando em consideração o que disse e escrevi, de uma forma resumida, e o
material que está neste blog, creio que é o bastante para explicar as
razões pelas quais, não faço mais parte do sistema Religioso. Haveria muita
coisa, ainda, para escrever sobre isso, mas não acho necessário.
Desejo
que fique bem claro, que eu não estou rechaçando a Bíblia, não, apenas estou
afirmado que ela não é a verdade infalível no sentido absoluto. Ela contem
verdades, mas não é “A” verdade absoluta. Ela contem palavras de Deus, mas
ela não é “A” Palavra de Deus.
Quem
me segue por aqui, ou no site, verá que sempre estou citando as verdades que
estão na Bíblia. O que eu deixei, mesmo, foi o sistema evangélico
institucionalizado.
As
razões pelas quais os cristão são enganados em relação a Bíblia são várias, vou
colocar algumas aqui, sem levar em consideração a ordem:
1. Por ter a
mente condicionada aos ensinamentos milenares. Para esses que tem a mente
condiciona, nada que seja contrário ao que eles entendem, faz sentido para
eles. Suas crenças equivocadas são como concreto.
2. E por ter a mente
condicionada aceitam, sem questionar, que a Bíblia é a palavra de Deus, e por
ser a palavra de Deus, não pode ter contradições e nem erros. Mas nunca
questionaram: Por que ela seria a palavra de Deus?
3. Por medo de questionar.
Se eu não crer, diz, vou acabar indo para o inferno. Portanto, é melhor eu crer
cegamente.
4. Não buscam por si mesmos
a verdade, sempre dependem dos outro. Não gostam de ler, nem a própria Bíblia.
5. Quando
buscam pesquisar, só vão a livrarias, sites ou bibliotecas evangélicas, nunca
procuram outras fontes. Até porque tem medo. Estão satisfeitos com os
ensinamentos condicionados.
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Nota: Leia
o material sugerido no menu desse blog.
👉Aqui
A maior parte do material é de Bart D. Ehrman. Bart D. Ehrman não é qualquer um aventureiro, não. Ele é um grande estudioso e professor de grego e hebraico, conhecidíssimo no EUA e na Europa. Bart D. Ehrman é especialista no Novo Testamento e em história do cristianismo primitivo. É professor de estudos religiosos na Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill e autor de best-sellers sobre Jesus, os Evangelhos do Novo Testamento, os textos apócrifos e o início da fé e Igreja cristãs.
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Veja o que ele, Bart D. Ehrman, disse: "Eu fiz o meu melhor para manter a minha fé que a Bíblia era a palavra inspirada por Deus sem qualquer erro e isto se manteve por dois anos... Eu percebi na época que temos mais de 5.000 manuscritos do novo Testamento, e nem sequer dois deles são exatamente iguais. Os escribas mudavam seus conteúdos, algumas vezes de maneira significativa, mas várias vezes com mudanças pequenas. E finalmente me ocorreu que se eu realmente pensava que se Deus inspirou esses textos... se Ele se deu ao trabalho de inspirar os textos, por qual razão Ele não se deu ao trabalho de preservar os textos? Por qual razão Ele permitiu que escribas fizessem modificações?[1]"
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